O professor e presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, vive uma crise de isolamento político e indefinição de rumo no Distrito Federal, menos de quatro meses após sua filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT-DF). A mudança de partido, chancelada pessoalmente pelo presidente Lula no final de julho, prometia uma ascensão, mas o ex-deputado virou um rejeitado em sua nova casa.
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Isolamento e o veto das correntes históricas
Grass, que disputou o Governo do Distrito Federal (GDF) em 2022 pelo Partido Verde (PV) — e abandonou a sigla há quase quatro meses, parece um “novato” sem espaço definido no PT para as eleições de 2026.
Segundo a coluna “Radar Político”, essas correntes articulam um veto ao seu nome como líder da chapa majoritária na disputa pelo Palácio do Buriti. O argumento é que a candidatura de Grass em 2022 só foi possível pela formação da federação PT/PV/PCdoB. “Agora, a situação é bastante diferente”, confidenciou à coluna um filiado do “Movimento PT”, a mesma corrente do pré-candidato Geraldo Magela. Ele reforçou que Grass “não tem grupo e nem faz parte de nenhuma corrente” para disputar as prévias internas do partido.
A narrativa da “confiança de Lula” X a rejeição da base
No dia de sua filiação, Grass tentou emplacar uma narrativa de força, focada no aval da cúpula. Em seu post de anúncio, ele afirmou: “Minha ficha de filiação foi devidamente abonada pelo maior presidente da história brasileira. Um gesto que me honra profundamente”, e prometeu trabalhar com a “confiança” de Lula pelo DF.
Nas redes sociais, o movimento de Grass gerou críticas sobre sua coerência: “Sempre admirei muito o senhor como professor… Mas infelizmente quando o senhor se alia a esse cartel que muitos chamam de partido, meu voto não pode te seguir”, escreveu um seguidor. Outro comentário foi mais duro, sentenciando: “Esse aí não ganha nem pra síndico do Sol nascente.”
Isolamento eleitoral escancara a crise da esquerda
A dificuldade de Leandro Grass em se firmar não é um caso isolado, mas sim um reflexo do isolamento eleitoral da esquerda no DF.
Uma pesquisa recente do Paraná Pesquisas sobre a disputa para o Governo do Distrito Federal em 2026 ilustra o tamanho do desafio. A vice-governadora Celina Leão (PP) lidera todos os cenários.
Quando testado, Grass figura com apenas 8,4% das intenções de voto. Outro nome cotado, o Secretário Executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, também ligado ao PT e ao governo federal, alcança patamares ainda mais baixos, com apenas 4,1% em um dos cenários testados.