A integração de tecnologias educacionais no Brasil é um passo crucial para reduzir desigualdades e melhorar a qualidade do ensino. Enquanto países como China, Coreia do Sul e Taiwan já colhem os frutos deste investimento, o Brasil ainda enfrenta desafios como infraestrutura desigual e falta de capacitação docente.
Dados do PISA 2022 mostram que estudantes brasileiros estão até 3 anos atrás em matemática e ciências comparados aos alunos desses países asiáticos, onde plataformas adaptativas e inteligência artificial são comuns. Isso significa que a adoção de ferramentas modernas e soluções locais poderiam ajudar a diminuir essa lacuna, especialmente quando falamos em escolas públicas.
Na China, plataformas modernas são usadas para aulas remotas e programas de gestão escolar, enquanto a Coreia do Sul implementou sistemas de inteligência artificial para personalizar o ensino. O Brasil pode se inspirar nesses modelos, adotando tecnologias adaptativas que atendam às diversidades regionais e socioeconômicas do nosso país.
Enquanto isso, Taiwan se destaca pelo uso de realidade aumentada (RA) e gamificação em salas de aula, aumentando em 30% o interesse dos alunos por disciplinas como matemática e ciências. No Brasil, projetos-piloto com RA, como os realizados pelo SESI, já mostram resultados promissores, com aumento de 20% no desempenho em escolas testadas. Se expandidas, essas tecnologias poderiam revolucionar o ensino em áreas rurais e periféricas, onde a evasão escolar chega a 7,6% no ensino médio.
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Os países escandinavos, como Finlândia e Suécia, oferecem outro modelo eficaz: a abordagem transversal, onde a tecnologia não é uma disciplina isolada, mas integrada a todas as matérias. Na Finlândia, 70% das escolas usam plataformas digitais para projetos colaborativos, resultando em altos índices de criatividade e resolução de problemas. Aqui, poderíamos adotar essa abordagem, utilizando plataformas não apenas para aulas remotas, mas como parte do currículo diário. Isso exigiria capacitação docente e infraestrutura, porém, os resultados—como mostram os escandinavos—são alunos mais preparados para os desafios do século XXI.
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O impacto potencial do uso da tecnologia na educação seria enorme: estima-se que a implementação em larga escala de tecnologias educacionais poderia aumentar em 25% a proficiência em matemática (como visto em projetos locais) e reduzir a evasão em até 15%. Para isso, é essencial seguir exemplos globais, combinando políticas públicas robustas (como o Plano de Conectividade Escolar do MEC) com parcerias privadas. Se o país investir em infraestrutura, formação docente e inovações como IA e RA, poderá não apenas recuperar o atraso educacional, mas também se tornar um case de sucesso na América Latina.
Em resumo, a tecnologia na educação não é um luxo, mas uma necessidade para reduzir desigualdades e preparar os estudantes brasileiros para um futuro globalizado. Inspirar-se em casos de sucesso internacional—seja na adoção de IA como na Ásia, seja na transversalidade escandinava—pode guiar o Brasil rumo a um ensino mais dinâmico e inclusivo. É uma chance real de virar o jogo onde mais precisamos.
Márcio Coimbra é CEO da Casa Política e Presidente-Executivo do Instituto Monitor da Democracia. Conselheiro da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig). Cientista Político, mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007). Ex-Diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal
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