Enquanto manifestantes ocupam a Esplanada cobrando o fim da impunidade, GDF reforça pacote de combate à violência anunciado em agosto pela vice-governadora Celina Leão
Um grito uníssono por justiça e sobrevivência ecoou no Brasil neste fim de semana. Em um movimento coordenado que uniu o Distrito Federal a outros 20 estados, milhares de mulheres foram às ruas para denunciar a escalada do feminicídio e o que classificam como “omissão do Estado” na proteção das vítimas.
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Em Brasília, o ato concentrou-se na Esplanada dos Ministérios. Cartazes, faixas e cruzes simbolizavam as vidas perdidas para a violência de gênero. As manifestantes exigiram não apenas a punição dos agressores, mas uma revisão completa na forma como o sistema de justiça e as forças de segurança acolhem a mulher ameaçada. O argumento central dos coletivos é que a negligência institucional — desde o atendimento na delegacia até a fiscalização das medidas protetivas — tem sido cúmplice das mortes.
Embora as ruas cobrem ação imediata, o governo de Brasília aponta que uma reformulação profunda na segurança pública já está em curso desde o segundo semestre.
Ainda em agosto, antecipando-se ao agravamento do cenário nacional, a vice-governadora Celina Leão anunciou uma mudança radical no protocolo de enfrentamento à violência contra a mulher. Naquela ocasião, foi estabelecida uma força-tarefa com o objetivo de zerar o feminicídio na capital, baseada em um diagnóstico preciso: a maioria das vítimas fatais não havia registrado boletim de ocorrência.
O que já está sendo feito?
Desde o anúncio em agosto, o GDF vem executando um “cinturão de proteção” que integra segurança, tecnologia e assistência social. As ações que já saíram do papel incluem:
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Monitoramento em Tempo Real: Criação de uma câmara técnica que acompanha os casos diariamente, permitindo ajustes rápidos nas estratégias de policiamento.
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Fortalecimento do “Viva Flor”: O programa, que fornece um dispositivo de segurança (botão do pânico) para mulheres sob medida protetiva, teve sua prioridade elevada. Dados da segurança pública indicam eficácia total: nenhuma mulher portando o dispositivo ativo foi vítima de feminicídio desde a implementação do novo rigor.
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Protocolo de Risco: Adoção de um novo formulário de avaliação de risco nas delegacias, desenhado para identificar, logo no primeiro atendimento, o nível de periculosidade do agressor.
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Autonomia Financeira: Integração das vítimas aos programas de qualificação RenovaDF e QualificaDF, visando quebrar o ciclo de violência muitas vezes sustentado pela dependência econômica.


