Saneamento básico: apenas oito dos 100 maiores municípios tratam 100% do esgoto

Apenas oito dos 100 maiores municípios brasileiros tratam 100% do esgoto. É o que revela o Ranking do Saneamento 2025 do Instituto Trata Brasil (ITB), em parceria com a GO Associados. O levantamento aborda a universalização dos serviços de saneamento básico no país e esta é a 17ª edição do ranking.

Pelo ranking, mais da metade dos municípios brasileiros que tratam 100% do esgoto estão localizados nas regiões Sul e Sudeste. A Região Norte aparece com apenas um município, sendo Boa Vista (RR), bem como Nordeste, com Salvador (BA). Centro-Oeste não aparece na lista.

O estudo aponta que dentre os indicadores da dimensão de Nível de Atendimento, o tratamento de esgoto aparece como o mais distante da universalização nos municípios considerados pela amostra. Segundo a análise do Trata Brasil, o tratamento de esgoto no Brasil se mostra, portanto, como o principal gargalo a ser superado na garantia de saneamento básico no país.

A presidente executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, destaca a importância de investimentos em saneamento para o Brasil alcançar a universalização.

“A gente precisa mais que dobrar esse volume de investimentos em saneamento básico. E como que a gente consegue isso? A gente precisa aumentar esse volume de investimentos com união de esforços entre o serviço público e o privado. Não é apenas com o dinheiro público que vai se atingir a universalização do acesso e nem apenas com o investimento privado”, avalia Luana Pretto.

Considerando que apenas oito municípios obtiveram o valor máximo (100%) de tratamento, outros 21 municípios registraram valores acima de 80%. Segundo o ITB, essas cidades podem ser consideradas universalizadas nesse quesito. 

De acordo com o levantamento, a nota máxima de universalização do saneamento básico é conferida apenas aos municípios que também alcançam a meta de 90% de coleta de esgoto – conforme as metas do Novo Marco Legal do Saneamento Básico.

Confira os oito maiores municípios  que tratam 100% do esgoto:

  • Niterói (RJ)
  • Jundiaí (SP)
  • Maringá (PR)
  • Cascavel (PR)
  • Piracicaba (SP)
  • Petrópolis (RJ)
  • Boa Vista (RR)
  • Salvador (BA)

Outros resultados e impactos na saúde pública

O estudo também mostra que 27 municípios, entre os 100 maiores do país, tratam menos de 40% de seu esgoto. Além disso, apenas 29 municípios, equivalente a menos de um terço da amostra, tratam ao menos 80% do esgoto que produzem.

A publicação revelou, ainda, que o indicador médio de tratamento de esgoto dos 100 maiores municípios foi de 65,11%.

O Trata Brasil defende na publicação que a ausência de saneamento, especialmente da coleta e tratamento dos esgotos, provoca maior incidência de doenças como diarreia, esquistossomose, leptospirose, febre amarela e hepatite A, entre outras enfermidades de veiculação hídrica. 

Segundo estudo do Trata Brasil, no ano passado o país registrou 344,4 mil internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) – cenário que demonstra o impacto direto da falta de saneamento na saúde pública e nos custos do sistema de saúde.

Critérios avaliados pelo estudo

A análise considera três dimensões principais:

  • Nível de atendimento à população;

  • Melhoria do atendimento em saneamento;
  • Nível de Eficiência.

Cada área foi avaliada por meio de indicadores específicos, como abastecimento de água, esgotamento sanitário, tratamento de esgoto, investimentos totais por habitante, além dos índices de perdas na distribuição e por ligação. 

Pixel Brasil 61

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