ANTT confirma reajuste de 2,9% em tarifas de ônibus; especialista alerta para os riscos para empresas e trabalhadores
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) confirmou que o reajuste de 2,9% nas tarifas de ônibus do Entorno do Distrito Federal entrou em vigor à 0h desta terça-feira (23). A decisão põe fim a uma sequência de suspensões que vinham sendo concedidas desde fevereiro, após pedidos dos governos do DF e de Goiás.
A partir de agora, cerca de 380 mil trabalhadores que se deslocam diariamente entre o Entorno e Brasília terão de arcar com passagens mais caras. A solução para o problema, segundo os governadores Ibaneis Rocha e Ronaldo Caiado, passa pela criação de um consórcio interfederativo. No entanto, a iniciativa não avança por falta do aval da União.
Os governos do DF e de Goiás estão lutando para que a população não sofra com os aumentos. Desde fevereiro, quando a criação do consórcio foi anunciada, os governos vêm intervindo por meio de solicitações e ofícios para postergar o aumento das passagens. Contudo, o consórcio só não avança porque depende do aval da União.
O governador Ibaneis Rocha comentou sobre o assunto e reforçou a necessidade de aprovação. “Nós estamos tentando fazer o consórcio. Eu e Caiado temos conversado muito sobre esse assunto. Temos condições de encaminhar os projetos de lei para a Câmara Legislativa e ele para a Assembleia de Goiás autorizando esse consórcio. Mas a gente precisa do aval da União da ANTT, porque é ela quem gere todo esse transporte. Nós já encaminhamos as minutas do convênio para a ANTT e a gente aguarda que o mais breve possível tenhamos uma solução definitiva para essa questão do transporte do Entorno, inclusive com redução dos preços das passagens”, disse Ibaneis.
Para o economista e especialista em transporte público Wesley Ferro Nogueira, em declaração ao Portal R7, o modelo atual, sem subsídios, prejudica os usuários. Ele defende que, assim como ocorre no Distrito Federal, o sistema do Entorno também precisa de apoio financeiro do poder público para garantir tarifas mais acessíveis e melhor infraestrutura.
Segundo Nogueira, a criação de um consórcio interfederativo entre os governos de Goiás e do DF seria uma solução viável para equilibrar os custos operacionais, evitar reajustes frequentes e melhorar a qualidade do serviço oferecido à população. O especialista destaca que a situação atual pode levar a demissões, principalmente em micro e pequenas empresas.
