Em 2017, um grupo com cerca de 50 jovens afegãs do Ensino Médio criaram uma equipe de robótica que busca empoderar mulheres do Afeganistão por meio da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
Conhecida como ‘Sonhadoras Afegãs‘, a equipe vinha recebendo financiamento do Digital Citizen Fund para desenvolver projetos, mas seu futuro agora é incerto, devido à instalação do regime fundamentalista talibã.
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Ventilador pulmonar de baixo custo
No ano passado, em plena pandemia de Covid-19, cinco jovens da equipe com idades entre 15 e 19 anos se juntaram para criar um ventilador pulmonar de baixo custo para hospitais públicos do país.
Apesar da baixa oferta de materiais e orçamento limitado, as estudantes Somaya Faruqi, Ayda Hayderpoor, Elham Mansoori, Florance Pouya e Diana Wahabzada improvisaram o equipamentto reaproveitando peças de carros, motos e máquinas descartadas pela indústria que iriam para um lixão.
O resultado foi um ventilador pulmonar capaz de atender pacientes no pré-tratamento, aumentando as chances de vida daqueles que estão na fila de espera para atendimento, aguardando um leito de UTI.
Desafios para o futuro
Antes mesmo da queda do governo, no dia 15 de agosto, o Afeganistão já era um dos países com menor taxa de vacinação contra o novo coronavírus.
Desde o início da campanha, em janeiro, apenas 0,6% da população foi totalmente imunizada. Agora, com a tomada do Talibã, há a expectativa que a vacinação seja interrompida por completo. O grupo radical já proibiu a vacinação em diversas províncias do país.
Meninas temem pelo seu futuro
Com o fim da república afegã, a Equipe de Robótica para Meninas Afegãs também está ameaçada, uma vez que as leis talibãs impedem que meninas a partir de 12 anos possam estudar, entre uma série de outras restrições absurdas.
Apesar da facção ter afirmado que não irá proibir a educação de mulheres, as estudantes temem pelo seu futuro.