Uma pesquisa da Quaest, em parceria com a Genial Investimentos, publicada na última sexta-feira (4), revela um cenário desafiador para o governo na Câmara dos Deputados. De acordo com o levantamento, 57% dos deputados federais acreditam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não terá sucesso em aprovar sua agenda legislativa no segundo semestre de 2025. O dado representa uma inversão completa do otimismo observado em 2023, inclusive entre parlamentares da base governista.
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A pesquisa ouviu 203 deputados federais entre os dias 7 de maio e 30 de junho deste ano. A margem de erro máxima estimada é de 4,5 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.
Confira os dados
De acordo com a pesquisa, os motivos apontados pelos próprios parlamentares para a expectativa de baixa produtividade legislativa são diversos, mas três se destacam:
- Falta de articulação política (45%): Este é o principal fator apontado, indicando uma percepção generalizada de que o governo tem falhado em construir e manter o apoio necessário para avançar com suas propostas no Congresso. A habilidade de negociar e dialogar com diferentes bancadas e partidos é crucial para a aprovação de matérias, e a pesquisa sugere uma deficiência nesse quesito.
- Impasse sobre a anistia (33%): A questão da anistia, sem detalhes específicos na pesquisa, parece ser um ponto de fricção significativo. Temas sensíveis e polêmicos frequentemente travam a pauta e polarizam o debate, dificultando a construção de consensos e o avanço de outras pautas.
- Não liberação de emendas (15%): A liberação de emendas parlamentares é uma ferramenta tradicional de articulação política e um incentivo importante para que os deputados apoiem as propostas do Executivo. A percepção de que as emendas não estão sendo liberadas de forma satisfatória pode gerar descontentamento e impactar diretamente a governabilidade.
A avaliação da base governista, que demonstra menor otimismo em comparação a períodos anteriores, aponta que as dificuldades não se resumem apenas à oposição, mas se espalham também o grupo de parlamentares que, na prática, deveriam ser a sustentação da gestão.
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