Senadora chamou comissão de “circo”, e presidente do colegiado apontou “contradições” na fala do ex-ministro Carlos Lupi, defendido pelas parlamentares
A senadora Leila do Vôlei (PDT-DF) e a deputada Erika Kokay (PT-DF) estão sendo acusadas por parlamentares de oposição de obstruir os trabalhos da CPMI que investiga fraudes bilionárias no INSS. A acusação se intensificou nesta segunda-feira (8), após o depoimento do ex-ministro Carlos Lupi.
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Leila, ao defender Lupi, classificou a investigação como um “circo”. A fala se somou à desconfiança da própria cúpula da comissão, que viu “contradições” no depoimento do ex-ministro.
Na avaliação de parlamentares da oposição, as atitudes das parlamentares configuram uma tentativa de blindar o governo. Eles apontam um padrão de conduta, relembrando que, em sessões anteriores, Leila questionou a legalidade da quebra de sigilo de investigados, enquanto Kokay defendeu a necessidade de um “diálogo com o governo” antes de aprofundar as apurações.
Segundo relatórios da CPMI, essas posturas já teriam contribuído para atrasos em oitivas e na análise de documentos essenciais. A crítica foi verbalizada de forma contundente pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que acusou as parlamentares de “protegerem interesses do PT”, destacando que o esquema prejudicou milhares de aposentados no DF e em todo o país.
Depoimento em xeque
A credibilidade de Carlos Lupi foi questionada. Conforme publicado pelo portal Terra, o presidente da comissão, senador Carlos Viana, anunciou disse que estuda reconvocar o ex-ministro devido a “falas que não se confirmam” em seu depoimento.
As principais inconsistências apontadas por Viana são sobre a relação de Lupi com a primeira denunciante do esquema e sobre quando ele, de fato, soube das fraudes.
Contexto da investigação
A CPMI apura um desvio que pode ter chegado a R$ 6 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. A pressão política aumentou após depoimentos citarem Frei Chico, irmão do presidente Lula, como possível beneficiário indireto.
O cenário eleitoral de 2026 também é um componente central. Kokay, que busca reeleição à Câmara, e Leila, para o Senado, enfrentam concorrência de nomes fortes como Michelle Bolsonaro (PL) e Ibaneis Rocha (MDB), que lideram as intenções de voto para o Senado com 36% e 35,6%, respectivamente.
Até a publicação desta matéria, as assessorias da senadora Leila do Vôlei e da deputada Erika Kokay não haviam se manifestado sobre as acusações.
Da redação com informações de Radar DF, Portal do Callado e Terra