Parecer da auditoria aponta indícios de desvio de finalidade em contrato de R$ 8,1 milhões na ABDI para impulsionar imagem do pré-candidato ao GDF
A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) lançou um alerta grave sobre a conduta de Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pré-candidato ao Governo do Distrito Federal (PSB). Em manifestação oficial, os técnicos apontam indícios consistentes de desvio de finalidade e uso indevido da estrutura e de recursos públicos da agência para fins de promoção pessoal e política, em possível afronta aos princípios da administração pública.
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Segundo a denúncia, o foco das irregularidades é um contrato de publicidade que, após a posse de Cappelli, teria sido redirecionado para impulsionar conteúdos de natureza política. A representação destaca que o acordo recebeu um aditivo de 25% atingindo o valor total de R$ 8,1 milhões sem a devida justificativa técnica.
Cappelli vê sua gestão questionada justamente em um período pré-eleitoral decisivo. O caso foi revelado inicialmente pela coluna da jornalista Isadora Teixeira, do portal Metrópoles.
O que diz a auditoria
Elaborado pela 4ª Diretoria da Unidade de Auditoria Especializada em Contratações do TCU, o parecer técnico sugere que a Corte aceite a denúncia e estabeleça um prazo de 15 dias para que a ABDI apresente explicações formais. A análise preliminar apontou inconsistências graves na execução do Contrato nº 25/2022, destacando o aumento do valor contratual sem embasamento técnico robusto e indícios de uso da estrutura da agência para alavancar perfis pessoais de Cappelli, além de relatos sobre a atuação de servidores e terceirizados no impulsionamento de conteúdo com viés político-eleitoral.
Origem da denúncia
A representação que motivou a análise do TCU foi protocolada pelo deputado distrital Daniel de Castro (PP). O parlamentar sustenta que a verba publicitária da agência pública, que deveria fomentar o desenvolvimento industrial, passou a servir a interesses privados de projeção de imagem do atual presidente.
O posicionamento da área técnica já foi encaminhado ao gabinete do ministro Bruno Dantas, relator do processo. Caberá a ele elaborar o voto e submeter o caso ao Plenário do TCU.
Embora não haja data definida para o julgamento, a manifestação técnica amplia a pressão institucional sobre Cappelli, colocando em xeque a distinção entre gestão pública e campanha antecipada.


