Em entrevista ao programa Ponto de Vista da VEJA, o governador de Goiás defendeu a estratégia de combate aos faccionados, classificou a proposta do governo federal como ‘invasão de prerrogativas’ e apontou a conivência do PT com o crime.
O governador Ronaldo Caiado, não poupou críticas à Lula e ao PT em uma entrevista concedida ao programa Ponto de Vista da VEJA, com foco na crise da segurança pública e no combate às facções criminosas no Brasil.
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Ele defendeu a recente megaoperação realizada no Rio de Janeiro e acusou o PT de ter uma postura complacente com a criminalidade organizada, citando a situação da PEC da Segurança Pública proposta pelo governo Lula.
O governador foi enfático ao rejeitar a ideia de que a crise da segurança seja resolvida com alterações constitucionais ou com a proposta apresentada pelo Governo Federal. “O problema não é da Constituição, é de gestão, estúpidos. É isso que eu quero dizer a eles,” disse.
Caiado fez uma analogia com a campanha de Bill Clinton, onde o foco na economia foi a chave para o sucesso, e afirmou que o ponto de fragilidade do governo Lula é a moral e a gestão. Ele disse que o PT de tenta “achar um artifício para não assumir aquilo que é a realidade” e de sempre ter sido “complacente com a criminalidade e com os faccionados no Brasil”.
PEC da segurança é “Invasão de prerrogativas”
O governador disse ser constrário à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, afirmando que ela representa uma tentativa do Governo Federal de centralizar o poder. “PEC é invasão de prerrogativas, não vamos aceitar.”
Caiado explicou que a proposta tem como único item “compatível com a Constituição” aquele que retira poderes dos governadores para concentrá-los na mão do Governo Federal. Ele garantiu que os governadores irão se mobilizar em Brasília para dar apoio ao relator da matéria, Deputado Mendonça Filho, e incluir mudanças que realmente permitam um combate eficaz ao crime.
Propostas de luta contra facções
O governador detalhou as medidas que ele e outros gestores de direita desejam ver incluídas na legislação Antifacção (projeto de lei que acompanha a PEC). As propostas incluem classificar faccionados e narco-terroristas como terroristas, garantir que o reincidente não tenha mais direito à audiência de custódia, eliminando a possibilidade de ir direto para a prisão, e revogar as chamadas “saidinhas” para esses criminosos.
Caiado também defendeu o aumento do prazo para a progressão de pena para crimes não-faccionados, elevando-o de 1/6 (um sexto) para 3/5 (três quintos), além de revogar o direito a visita íntima para faccionados e exigir a gravação de audiências com advogados, visando evitar o repasse de ordens do crime organizado.
Situação do Rio de Janeiro
Caiado criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) (a chamada ADPF das Favelas) que impôs restrições a operações policiais no Rio de Janeiro, alegando que isso criou uma “zona livre do crime” ou um “resort dos faccionados”. Ele citou que 56% dos óbitos na megaoperação eram de pessoas de fora do Rio, incluindo Goiás, evidenciando que o problema ultrapassa as fronteiras estaduais.
Ele também expressou preocupação com a situação na Amazônia Legal e em estados como Bahia e Ceará, que, segundo ele, estão “100% dominados pelas facções”. Caiado defendeu que onde sua gestão atua, como em Goiás, a “segurança é plena” e o “bandido não se cria”, citando o índice de aprovação de 88% de sua administração.
Estratégia para 2026
Ao analisar a disputa presidencial de 2026, Caiado defendeu que a direita apresente vários candidatos no primeiro turno para diluir o poder da máquina do Governo Federal, que ele alega estar sendo utilizada em campanha antecipada.
Segundo ele, um único candidato sofreria um “massacre” de ataques durante 11 meses. A estratégia seria garantir que o candidato da oposição chegue ao segundo turno, onde, com o apoio de todo o campo, teria “chance real de ganhar as eleições”, explorando a fragilidade moral do governo atual.
Assista o vídeo:


