Ex-governador do DF teve a entrada barrada e, segundo a organização, tentou forçar acesso à Convenção da Assembleia de Deus de Brasília
O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, foi “convidado” a se retirar da Convenção Geral da Assembleia de Deus de Brasília (Adeb), realizada em Taguatinga, no último sábado (25). O evento, que reuniu líderes religiosos, teve a entrada de Arruda barrada pela organização.
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Segundo a organização da Adeb, a situação se iniciou na portaria. O presbítero Daniel Abrantes informou a Arruda que a convenção era restrita a ministros credenciados. O ex-governador teria insistido em entrar, alegando que desejava receber uma oração.
De acordo com o relato do presbítero Abrantes, após ter a entrada negada, Arruda fez a seguinte declaração. “Ele respondeu dessa forma: diz para o seu pastor que quando eu for governador, eu vou lembrar disso e vou dar o troco à igreja”, contou o presbítero Daniel Abrantes.
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Ainda conforme a versão da Adeb, Arruda teria empurrado o presbítero e acessado o interior da igreja, enquanto sua equipe de cerca de seis pessoas foi barrada na entrada. A decisão final sobre a permanência do político foi levada por Daniel Xavier ao pastor Orcival Pereira Xavier, presidente da Adeb, que não autorizou o acesso. Arruda foi então informado da proibição e deixou o local, acompanhado por membros da segurança. O pastor Carlos Xavier, irmão de Orcival, confirmou a decisão de pedir a retirada.
O que diz Arruda?
Apesar da versão apresentada pela organização da convenção, Arruda negou que tenha sido retirado ou hostilizado. Conforme noticiado pelo Metrópoles, o ex-governador afirma que foi convidado e recebido com “tapete vermelho”, e que sua saída se deu por ter outro compromisso agendado em Samambaia. “Isso é uma invenção absurda. Absolutamente fora de qualquer contexto. Fui extremamente bem recebido. Cumprimentei todo mundo. Pedi desculpas por não poder ficar. E sai. Fui levado até a porta com a maior educação”, afirmou Arruda.
A organização da convenção, no entanto, mantém a versão de que o ex-governador foi “convidado” a se retirar.
Arruda e a inelegibilidade
Arruda é uma figura política com um histórico marcado por escândalos no Distrito Federal. O ex-governador foi o primeiro chefe do Executivo do DF a ser preso no exercício do mandato, em 2010, no âmbito da Operação Caixa de Pandora, que revelou um amplo esquema de corrupção.
Devido a esses episódios, ele foi condenado por improbidade administrativa e crimes relacionados à corrupção. Tais condenações o enquadram na Lei da Ficha Limpa, resultando em sua inelegibilidade e na suspensão de seus direitos políticos, o que o impede de disputar eleições atualmente.



