O distrital subiu o tom na Câmara Legislativa após ex-governador classificar companhia como “balcão de negócios”. Parlamentar aponta lisura de suas contas e recorda condenações de Arruda
Em pronunciamento incisivo no plenário nesta terça-feira, o deputado distrital Wellington Luiz (MDB) rebateu as declarações do ex-governador José Roberto Arruda, que afirmou recentemente que a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) teria se tornado um “balcão de negócios”.
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Wellington, que já presidiu a Codhab durante o governo Ibaneis Rocha, foi categórico ao desqualificar a crítica, trazendo à tona o histórico do adversário. “Mais do que um currículo, ele tem uma ficha criminal”, disparou o parlamentar, referindo-se aos escândalos que marcaram a trajetória de Arruda.
Gestão “policial” e saneamento da autarquia
Segundo Wellington Luiz, o vídeo divulgado por Arruda ignora o passado da instituição e a responsabilidade de gestões anteriores.
O deputado argumentou que assumiu a presidência da Codhab a convite do governador Ibaneis justamente para restabelecer a ordem administrativa e moral. “Fui convidado para presidir a Codhab pela minha condição de policial. Eu tive que levar para a Codhab uma verdadeira delegacia de polícia, para acabar com aquelas mazelas que lá existiam, que foram criadas no governo dele e depois no desgoverno Rollemberg”, afirmou.
O parlamentar destacou que, sob sua gestão, a empresa saiu das páginas policiais para focar em entregas habitacionais, citando a regularização fundiária recorde e o andamento de projetos emblemáticos como Mangueral, Sol Nascente e QNRC.
Contas aprovadas e desafio direto
Para contrapor a narrativa de “balcão de negócios”, Wellington frisou que todas as suas contas foram aprovadas “sem ressalva” pelos órgãos de controle e que, em três anos e meio, não recebeu questionamentos do Ministério Público ou visitas policiais. “Quando a gente ouve do ex-governador José Roberto Arruda que aquilo é um balcão de negócios, eu não sei se é melhor ouvir isso que ser surdo”, ironizou.
Ao final, fez um apelo direto: “O senhor José Roberto Arruda devia lavar a boca para fazer qualquer acusação a nós da Codhab e cuidar da vida dele, que com certeza anda muito suja.”
O cenário: Por que Arruda ataca?
Arruda enfrenta barreiras jurídicas que praticamente inviabilizam sua participação no pleito do próximo ano, já que foi condenado em 2024 por improbidade administrativa no escândalo da ‘Caixa de Pandora’, ficando inelegível por oito anos.
Como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, em outubro deste ano, o pedido da defesa para anular a sentença, Arruda permanece impedido de se candidatar e, mantida a atual decisão, só poderá disputar novas eleições em 2032.


