Vereadora Camila Marino denuncia ataque machista em plenário da Câmara de Bragança Paulista

A vereadora Camila Marino (MDB) denunciou, na última terça-feira (30), ter sido vítima de mais um episódio de violência política de gênero, com ataques machistas e misóginos proferidos durante a sessão plenária da Câmara Municipal de Bragança Paulista. A parlamentar afirma que foi agredida verbalmente pelo vereador Miguel Lopes (PSD), que insinuou que ela deveria tomar “remédio controlado” por estar “estressada”.

O episódio ocorreu no mesmo dia em que se encerra o Setembro Amarelo, mês de conscientização sobre a saúde emocional e prevenção ao suicídio — um fator que torna o ocorrido ainda mais alarmante, dada a insensibilidade das declarações.

Segundo a vereadora, a fala do vereador Miguel Lopes não é um caso isolado. Camila relata que vem sendo perseguida constantemente por ele e outros parlamentares da Casa, sendo alvo frequente de comentários depreciativos, interrupções constantes e intimidações veladas ao longo de sua atuação legislativa. Entre as agressões já registradas, constam insinuações de que a vereadora estaria “se fazendo de vítima” e ordens para que “controlasse sua ansiedade” — todas marcadas por tom pejorativo e discriminatório.

“O que aconteceu hoje foi grave. Me disseram que preciso tomar Rivotril. Isso é desrespeitoso com qualquer mulher e também com quem usa medicamentos controlados. É machismo, é misoginia, é violência política de gênero. E não vou me calar”, afirmou a vereadora Camila, em pronunciamento emocionado logo após o fim da sessão.

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A vereadora reafirmou ainda que seguirá atuando com firmeza e coragem, apesar das tentativas de deslegitimação de sua atuação parlamentar. Em sua fala, ela pediu apoio da população e especialmente das mulheres que também enfrentam olhares intimidadores, assédios e tentativas de silenciamento em seus ambientes de trabalho e espaços públicos.

O caso gerou ampla repercussão nas redes sociais e já mobiliza apoiadores e lideranças políticas da região. Parlamentares e movimentos sociais devem se manifestar nos próximos dias em solidariedade à vereadora e pelo fortalecimento da luta contra a violência política de gênero.

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