Secretaria de Saúde se une a projeto desenvolvido por instituições públicas e privadas para treinar servidores que atuam na linha de frente
Nesta semana, foi lançado o projeto Covid Combate no Distrito Federal, uma iniciativa de capacitação técnica e educativa voltada a profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) que busca combater a desinformação no País. Cento e cinco servidores da APS da Secretaria de Saúde (SES-DF) participam da capacitação.
Iniciado na segunda-feira (10), o curso busca fortalecer as competências de trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente do atendimento à população. O objetivo é recuperar os níveis de cobertura vacinal infantil contra a covid-19 no Brasil. Parte importante da capacitação consiste em criar estratégias eficazes para contrapor as fake news contra a imunização, em especial de crianças menores de 5 anos.
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Fruto de parceria entre o Instituto de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Social (Ipads), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e a farmacêutica Pfizer, o curso é ministrado na modalidade semipresencial, com duração de quatro semanas.
A médica de família e comunidade, que atua na Coordenação de Atenção Primária à Saúde (Coaps) da SES-DF, Lívia Antunes Mariosi, ressalta que, desde a pandemia de covid-19, a vacinação de grupos elegíveis a se imunizar contra o coronavírus – dentre idosos, gestantes e crianças de seis meses e menos de cinco anos – nunca esteve tão baixa. “Nós temos essa vacina em nosso calendário normal, mas as pessoas não têm procurado as doses. De uma meta de 90% de cobertura dos grupos prioritários e especiais, segundo o Plano Nacional de Imunizações (PNI), tivemos uma abrangência média de 13% apenas”, lamenta.
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A gerente da Rede de Frio Central da SES-DF, Tereza Luiza Pereira, reforça que, embora a pandemia de covid-19 tenha terminado, a vacinação contra o coronavírus continua sendo a principal estratégia de prevenção à doença. “A covid foi um dos vírus respiratórios que mais matou neste ano, e uma das faixas etárias que mais veio a óbito foi a das crianças até 5 anos – exatamente pela baixa cobertura vacinal desse grupo”, diz.
De acordo com a gestora, mesmo não evitando que as crianças contraiam a doença, a imunização serve para evitar o agravamento dos quadros. “Isso mostra a importância de se vacinar, de os pais manterem a caderneta de vacinação atualizada. Essa é a vacina mais estudada da história, é uma vacina supersegura. Para mim, é inconcebível uma criança morrer por uma doença que é prevenível por imunização”, alerta.
Para mais informações sobre os locais de vacinação contra a covid-19 no DF e sobre quais são os grupos prioritários e especiais, acesse aqui.
Projeto nacional de conscientização
Presidente do Ipads, o sanitarista Thiago Lavras Trapé afirma que a baixa cobertura vacinal pediátrica, observada de Norte a Sul do Brasil, foi o que impulsionou a criação do curso Covid Combate. “Essa baixa cobertura tem muito a ver com o desenvolvimento de fake news associadas à imunização, o que cria uma hesitação às mães em levarem suas crianças aos postos de vacina. Por isso, já implementamos esse projeto em 12 cidades pelo país, Brasília é a 13ª”, conta.
Durante a capacitação, os profissionais da APS concebem diversas estratégias para acolher e educar o usuário dos serviços de saúde sobre a importância e a segurança da vacinação infantil contra o coronavírus.
“Desenvolvemos, por exemplo, um modelo de ‘entrevista motivacional’, em que se ensina a não se contrapor, num primeiro momento, à resistência demonstrada pelos pais em relação às vacinas, mas encorajando, sim, a construírem-se vínculos que possam, pouco a pouco, reverter aquela percepção errada causada pelas fake news”, defende Thiago.


