No dia da Endometriose, especialista do IgesDF explica a doença

Doença afeta mulheres entre 15 e 49 anos e está presente em 40% das mulheres que apresentam infertilidade

O Dia Internacional da Luta contra a Endometriose, celebrado nesta quarta-feira, 7 de maio, serve como um alerta crucial para a importância da detecção precoce da doença. Os sintomas mais comuns incluem cólicas menstruais severas, dores nas relações sexuais e problemas de fertilidade. Dados do Ministério da Saúde revelam que uma em cada dez mulheres no Brasil convive com esses sintomas. Em escala mundial, a endometriose impacta aproximadamente 190 milhões de mulheres, com mais de 7 milhões de casos registrados no país, segundo a OMS.

A doença preocupa os especialistas da área, pois afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil e está presente em 40% das mulheres que apresentam infertilidade. O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) possui a linha de cuidado para mulheres e gestantes no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). A ginecologista e obstetra do HRSM Dra. Kheylla Gonzales destaca que a doença é frequentemente subdiagnosticada devido à variedade e intensidade dos sintomas, que podem variar muito de mulher para mulher.
“Os sintomas mais comuns da endometriose são: dor pélvica, geralmente associada à menstruação, porém, em alguns casos, está a dor pélvica crônica, dores durante a relação sexual (dispareunia) e dor abdominal. Em alguns casos mais incomuns, pode ocorrer o envolvimento gastrointestinal, gerando diarreia, sangramento retal e constipação, obstrução do intestino delgado, envolvimento da bexiga e até envolvimento torácico”, explica.
Segundo o Ministério da Saúde, recentemente, o número de atendimentos no SUS para endometriose aumentou significativamente, subindo para 76,2% em três anos, o que indica uma maior conscientização e demanda por tratamento.
A endometriose afeta o endométrio (tecido que reveste a parede interna do útero), que pode se espalhar para outros órgãos, como ovários, intestino e bexiga. Existem diferentes tipos de endometriose, incluindo a profunda e a superficial, com diferentes graus de gravidade e impacto nos órgãos afetados.
“O tratamento da endometriose pode envolver medicamentos para aliviar os sintomas, cirurgia para remover as lesões e, em alguns casos, tratamentos para fertilidade. Tudo dependerá se o problema principal é a dor e/ou a subfertilidade, que é a dificuldade para engravidar, ou se a lesão apresentar acometimento importante de algum órgão, prejudicando o mesmo”, informa a ginecologista e obstetra.
Dra. Kheylla destaca que a endometriose é uma doença crônica, mas a qualidade de vida das mulheres com a enfermidade pode ser significativamente melhorada com o diagnóstico precoce, tratamento adequado e suporte multidisciplinar.  Além disso, a pesquisa em endometriose continua avançando, buscando novas formas de diagnóstico precoce, tratamento e prevenção.
Doença
A endometriose é uma condição ginecológica crônica comum, uma doença inflamatória caracterizada pelo crescimento do endométrio fora do útero em regiões da cavidade abdominal, como os ovários, bexiga e intestino. Ela se manifesta de três maneiras: doença superficial (peritoneal), doença ovariana (endometriomas) e endometriose profunda. Não há uma causa definida para a condição.
“Quando há suspeita de que a mulher possui endometriose, deve ser realizado o exame ginecológico (toque de vaginal) e exames de imagens específicos como ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal /ou ressonância magnética com contraste e preparo intestinal para detecção e estadiamento da doença”, explica Dra. Kheylla.
Incidência
Embora dados precisos sobre a incidência sejam mais difíceis de obter, estudos indicam que a endometriose é mais prevalente entre mulheres com infertilidade (até 30%) e dor pélvica crônica (até 40%). Segundo a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva, a doença afeta mulheres entre 15 e 49 anos.

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