Nova opção de PrEP demonstra 100% de eficácia em pesquisas recentes
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta segunda-feira (14) novas diretrizes que recomendam o uso do lenacapavir injetável (LEN), administrado duas vezes ao ano, como uma nova opção de profilaxia pré-exposição (PrEP) para prevenir o HIV. A decisão foi divulgada na 13ª Conferência da Sociedade Internacional de AIDS (IAS 2025) e representa um marco na resposta global ao HIV.
O LEN é o primeiro injetável de PrEP semestral, oferecendo uma alternativa de ação prolongada aos comprimidos diários. Segundo o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, o lenacapavir demonstrou em ensaios clínicos a capacidade de prevenir quase todas as infecções por HIV em pessoas em risco. A novidade é crucial em um cenário onde 1,3 milhão de novas infecções por HIV foram registradas em 2024.
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Testagem simplificadaAs diretrizes da OMS também incluem uma abordagem de saúde pública para a testagem do HIV, utilizando testes rápidos para facilitar a administração da PrEP injetável, incluindo o LEN e o cabotegravir (CAB-LA). De acordo com a entidade, a simplificação remove barreiras de acesso e permite a administração comunitária.
Mais recomendações da OMS
O LEN se soma a outras opções de PrEP recomendadas pela OMS. Além disso, a organização atualizou suas diretrizes de tratamento, incluindo o uso de cabotegravir e rilpivirina injetáveis de ação prolongada (CAB/RPV) como alternativa para terapia antirretroviral (TARV) em adultos e adolescentes com supressão viral. A OMS também enfatizou a integração de serviços de HIV com o tratamento de doenças crônicas não transmissíveis e saúde mental, além de reforçar a testagem de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) assintomáticas.
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A Dra. Meg Doherty, diretora do Departamento de Programas Globais de HIV, Hepatite e IST da OMS, destaca que as ferramentas para erradicar a AIDS como problema de saúde pública já existem. “O que precisamos agora é de uma implementação ousada dessas recomendações, fundamentadas na equidade e impulsionadas pelas comunidades”, afirmou.
Cenário brasileiro
No Brasil, dados do Ministério da Saúde mostram uma queda no coeficiente de mortalidade por AIDS, passando de 5,5 para 4,1 óbitos por 100 mil habitantes na última década. Em 2022, foram 10.994 óbitos relacionados ao HIV/AIDS, uma redução de 8,5% em comparação com 2012. Apesar da melhora, cerca de 30 pessoas ainda morrem de AIDS por dia no país.