Esse tal de ser humano — nós, no caso — quando não tem nada pra fazer, faz duas coisas: ou fala besteira ou mete a mão na massa. E aí vem a grande questão da vida: será que fofocar rende mais do que capinar?
A ciência, essa fofoqueira de jaleco, resolveu meter o bedelho no assunto. Um estudo da Universidade da Califórnia, Santa Barbara — que, diga-se, não tem um pé de mandioca por perto — descobriu que atividades manuais como capinar lote, cortar lenha e provavelmente trocar a resistência do chuveiro aumentam a testosterona em até 46,8%. Isso mesmo: quase 50% a mais de hormônio só porque você resolveu limpar o quintal em vez de limpar a barra do vizinho.
Eles estudaram a comunidade indígena Tsimane, na Bolívia, que, diferentemente da gente, não perde tempo perguntando “você viu o que ela postou?”. Não viram, não postaram e não tão nem aí. Estão ocupados demais fazendo o que a humanidade fazia antes do Wi-Fi: vivendo.
Então fica a dica: se a língua começar a coçar, melhor agarrar a enxada. Você cala a boca dos outros e ainda dá um tapa no shape — com a bênção da ciência, claro.
Por que capinar é terapia (e fofoca não)?
O corpo foi feito para se mexer. Quando você se agacha, puxa mato ou levanta peso, seu cérebro entende: “Hora de botar o homem das cavernas pra trabalhar” e dispara testosterona. É biologia pura — movimento gera vigor, enquanto o ócio gera… fofoca.
Trabalho em grupo é tribo unida. O estudo mostrou que atividades coletivas, como um mutirão de roçada, têm o mesmo efeito hormonal de uma competição esportiva. Ou seja: reunir a turma para limpar um terreno fortalece mais que reunir para falar mal do vizinho. Um constrói, o outro destrói — escolha seu lado. Uma mente ocupada com tarefas concretas não tem tempo para criar dramas imaginários.
E se você não tem um lote para capinar? — Jardinagem, carpintaria, reformas caseiras — qualquer coisa que faça você suar sem ser nas redes sociais. O importante é mover o corpo e ocupar as mãos. Se não pode roçar um lote, plante uma horta, lixe um móvel, arrume a garagem. O princípio é o mesmo: ação no lugar de falação.
Se a língua coçar, pegue um facão — e eu explico melhor!
Não é metáfora de violência, é metáfora de ação. Quando a tentação de fofocar aparece, redirecione essa energia para algo produtivo. Pegue uma ferramenta — facão, enxada, vassoura, martelo — e coloque o corpo para trabalhar. A ciência já mostrou que atividades manuais estimulam a produção de testosterona e reduzem o cortisol, o hormônio do estresse. Enquanto a fofoca só alimenta ansiedade e conflitos, o trabalho manual gera endorfina e satisfação real.
Se o grupo do WhatsApp virar tribunal popular, transforme a energia em mutirão. Chame os mesmos amigos para capinar um lote, consertar um muro, plantar uma horta ou reformar um espaço comunitário. O estudo com os Tsimane comprovou: trabalho em grupo tem o mesmo efeito hormonal de uma competição saudável, mas com um benefício extra — em vez de criar inimizades, você constrói algo útil.
O mato cresce, a fofoca envelhece, mas quem capina fica mais forte — física e mentalmente. Enquanto conversas vazias se dissipam no ar, o suor do trabalho deixa marcas concretas: um terreno limpo, um projeto realizado, um corpo mais resistente. Fofoca é energia gasta em algo que some; capinar é energia transformada em resultado visível. Você prefere ser a pessoa que fala ou a que faz? A que espalha problemas ou a que resolve? Pegue o facão — no sentido figurado, é claro — e corte pela raiz o vício da falação ociosa. O terreno da sua vida agradece.
(Fontes para não dizer que é invenção: UC Santa Barbara Study on Subsistence Activities, Anthropological Research on Tsimane Lifestyle)