Coluna Saúde ao pé do ouvido| Envelhecer bem, por Gisele Pena

Vida longa é o desejo de muitas pessoas, mas envelhecer não! Muitos temem as mudanças estéticas como os cabelos brancos e as rugas, alterações na estrutura do corpo como a perda de massa muscular, além do aumento da fragilidade e do risco aumentado de doenças. Mas calma, ninguém está sozinho nessa jornada! O envelhecimento é um processo fisiológico e universal. Ele é caracterizado por um declínio e dano progressivo na função do nosso organismo, que acomete desde nossas células até órgãos e sistemas completos. Como consequência, o corpo tem mais dificuldade em manter equilíbrio das funções e de responder a situações de estresse. Esse processo é muito individual e varia quanto ao início, velocidade e extensão, sendo dependente do estilo de vida, estado de saúde, gênero, cultura, educação e condição socioeconômica.

Mas será que dá pra envelhecer bem? Com mais saúde e de forma mais lenta? Pesquisas científicas na área do envelhecimento têm feito descobertas magníficas sobre os mecanismos que regem esse processo. Por exemplo, sabe-se que os cromossomos, estruturas que carregam o código genético em nossas células, possuem em suas extremidades, estruturas denominadas telômeros. Durante a vida, nossas células se multiplicam, para substituir as que morreram e essas sucessivas divisões celulares provocam redução progressiva no tamanho dos mesmos. Como consequência, em um determinado momento, o desgaste dos telômeros alcança um limite e as células perdem a capacidade de se replicar, ocorrendo envelhecimento e morte. Em 2009, os pesquisadores Elizabeth Blackburn, Carol Greider e Jack Szostak receberam o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina ao desvendarem que existe uma enzima, chamada telomerase, capaz de evitar o encurtamento dessas estruturas. 

A boa notícia é que dá para ajudar a telomerase com mudanças no estilo de vida! É sabido que o tabagismo, exposição a poluição, falta de atividade física, obesidade, estresse, alimentação ruim contribuem para acelerar o desgaste dos telômeros. Por outro lado, a adoção de bons hábitos alimentares (com a ingestão de antioxidantes, fibras, boas fontes de gorduras), não comer de maneira exagerada, controlar o peso corpóreo, manter-se ativo e controlar o estresse podem suavizar o processo!

Outra boa notícia? A auriculoterapia pode ajudar pessoas que desejam adotar esse estilo de vida mais saudável! Não há evidências mostrando que esse método tem impacto direto no encurtamento dos telômeros, mas há comprovação de que a estimulação de determinados pontos na orelha pode promover melhor controle do estresse e ansiedade no dia-a-dia. Também é possível aplicá-la, como um auxílio, nos casos em que se deseja abandonar o hábito do tabagismo e até mesmo como coadjuvante no processo de emagrecimento. Não vamos nos esquecer de que há estudos demonstrando que a auriculoterapia pode contribuir para o controle da inflamação e melhor funcionamento do sistema endócrino.

Envelhecer é um privilégio! E se você tem a sorte de escolher viver de maneira mais saudável, não a desperdice!

|Por @gisele_pena

|Fisioterapeuta

|PhD e MSc em Ciências Biológicas (Fisiologia)

|Auriculoterapeuta

|E-mail: [email protected]

RECOMENDAMOS